A importância de traçar ações destinadas a essa faixa etária
As políticas públicas voltadas para jovens têm o objetivo de promover melhores condições de desenvolvimento e formação deles. São ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, como educação, saúde, lazer e moradia. Essas ações, como o nome já diz, são compromissos assumidos pelo Estado com a sociedade.
De acordo com o professor da Unesp-Bauru e sociólogo Murilo César Soares, “as políticas públicas para as crianças e para os jovens são mais importantes do que as políticas públicas para outras idades”. Isso porque essa faixa etária está em processo de crescimento e desenvolvimento. Segundo o sociólogo, as políticas de saúde são as mais básicas, pois é necessário que o jovem esteja saudável para poder tirar proveito das outras políticas, como as voltadas para educação. “É através da educação que, muitas vezes, os jovens humildes podem encontrar uma forma de ascensão social”, afirma Soares.
A estudante de jornalismo Mariana Cerigatto, representante de Bauru na I Conferência de Políticas Públicas para Jovens, concorda. “As políticas visam distribuir os bens públicos de maneira que esses cheguem de forma igualitária para todos os grupos sociais.” Segundo ela, as políticas públicas são mais importantes na juventude, que corresponde à maior parcela da população brasileira. No entanto, Bauru não possui políticas específicas para jovens, ou seja, as ações nessa área são muito deficientes. “Os jovens de Bauru são apenas contemplados com ações de âmbito federal, como o ProUni e a Escola da Família”, justifica Mariana. “Um grande avanço nessa área seria formalizar o PEC [Proposta de Emenda à Constituição], que visaria à garantia de direitos da infância e da adolescência.”
No Brasil, em geral, o que vemos é uma inversão nos investimentos públicos destinados aos jovens. Muitos acreditam que outros setores sociais, como o de idosos, requerem maiores investimentos estatais, apesar de especialistas no assunto afirmarem que jovens precisam de um maior montante de recursos por estarem em fase de desenvolvimento.
Em síntese, a juventude, histórica e socialmente, é um período marcado por certas instabilidades. O jovem ora é visto como o problema, indeciso e muitas vezes sem perspectiva para o futuro, precisando de acompanhamento; ora é visto como promissor de um cenário mundial melhor, disposto a ir à luta. Se interpretarmos a situação sob a primeira óptica, as políticas têm fundamental importância para tirarem o jovem de um caminho errado e inseri-lo na sociedade, preparado e consciente de seu papel social; se interpretamos pela segunda, as políticas ajudam norteando o jovem na luta e engajando-o cada vez mais na construção de um mundo melhor.
Para ler mais:
http://www.informacao.andi.org.br/relAcademicas/site/visualizarConteudo.do?metodo=visualizarUniversidade&codigo=10
http://200.155.18.61/informacao/25ddd12e_117460dd374_-7fc3.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n24/n24a03.pdf
http://www.informacao.andi.org.br/relAcademicas/site/visualizarConteudo.do?metodo=visualizarTrabalhosSelecionadosConcurso
http://www.informacao.andi.org.br/relAcademicas/site/visualizarConteudo.do?metodo=visualizarSeriePublicacao&codigo=4
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Entrevistas: Caio Coube (PSDB)
“O trabalho [na campanha] tem que ser feito até o último minuto”, afirma Caio.
Natural de Bauru, Caio Coube (PSDB), 50 anos, é candidato pela segunda vez à prefeitura da cidade e tem como vice o advogado José Clemente Rezende. Formado em administração de empresas pela FGV, ficou 12 anos à frente da presidência da Tilibra. Hoje administra uma confecção da família chamada Chica Brasil. Ex-jogador de basquete, Caio fundou o Bauru Basquete e presidiu o Noroeste. Sendo assim, ele vê o esporte totalmente conectado ao desenvolvimento do ser humano, sobretudo do jovem. Caio recebeu a reportagem na casa de sua família e contou sobre suas propostas dando ênfase à juventude bauruense.
Se eleito, como o senhor pretende inserir o jovem nas decisões da cidade?
Caio Coube: Acho que o jovem tem que ser contemplado nas suas necessidades na área da educação, do esporte, da cultura, do lazer e do entretenimento. Nossa preocupação está em massificar atividades e oportunidades de acesso a práticas esportivas e culturais bem como o lazer e o entretenimento além da geração de oportunidades de emprego.
Essas são todas suas propostas para os jovens?
C.C.:Não, as propostas para os jovens estão no contexto, pois não há uma preocupação específica de dizer: “olha, isso é dirigido aos jovens”, ou seja, os jovens acabam sendo contemplados no contexto das políticas públicas que a gente pretende implementar. Os jovens devem ter a percepção de que a cidade é um todo e que a escolha que ele vai fazer para prefeito é de alguém que tenha condições de realizar um trabalho, de dirigir a cidade, de administrá-la com o olhar para o jovem, mas sem perder de vista e de foco os outros grupos e as outras faixas etárias também.
O que o senhor acha que falta atualmente em relação a políticas públicas para os jovens?
C.C.:Acho que a maior dificuldade é o espaço físico e atividades que despertem o interesse, sempre com um conteúdo de atividades físicas, culturais e intelectuais como música, dança, teatro e pintura. Acho que o foco tem que ser olhar para o jovem como estudante, e acessar ele através das escolas, seja da rede municipal ou estadual e então articular atividades, não só da prefeitura, mas também em parceria com o governo. Há também uma questão muito presente no mundo moderno que é a inclusão digital, de acesso a informática e a criação de espaços públicos para que isso possa acontecer.
Como será o investimento na educação para os jovens?
C.C.:A constituição federal determina que todos os municípios apliquem 25% das suas receitas em educação, então essa é uma das áreas que menos tem problemas de recursos no caso de Bauru. O município é responsável pela pré-escola e pela educação infantil, assim, a prefeitura tem 74 escolas com 22 mil alunos. Na realidade, a população diretamente relacionada à prefeitura possui uma faixa etária baixa. O que podemos fazer para abranger os jovens de um modo geral é algo parecido com a Escola da Família que abre as escolas estaduais nos finais de semana, e proporciona uma série de atividades para toda a comunidade. Sendo assim, podemos colocar algumas escolas municipais cumprindo essa mesma agenda e oferecendo esses mesmos serviços. Nada impede também de usarmos a rede de escolas municipais para que fiquem abertas à população do bairro que não seja estudante. Além disso, temos o objetivo de, num primeiro momento, recuperar e dar vida e depois dotar de infra estrutura escolas, centros comunitários, ginásios de esportes, estádio distrital e estádio de futebol, que precisam estar disponíveis, bem cuidados para que possam funcionar.
Aproveitando a citação de espaços que não são bem aproveitados em Bauru: os jovens, em geral, sentem falta de eventos acessíveis, que todos possam participar. Quanto ao lazer, como o senhor pretende investir na área?
C.C.:O que eu disse nas outras questões vai muito ao encontro da sua pergunta. O poder público precisa, além de promover o acesso a práticas esportivas e culturais, estar atento: tem que criar alternativas de consumo acessíveis. A exemplo da Virada Cultural, que é promovida pelo governo estadual e que vem dando certo há três anos, governo do município pode fazer o “Dia da Ação Cultural”, no qual iríamos aos bairros e levaríamos um pacote de atividades, num sábado, por exemplo. A idéia é que seja das 14 às 21 horas, e aí comece com o pessoal do bairro se apresentando, os artistas da comunidade, e à noite se apresentariam os artistas locais. Isso está no nosso programa de governo e é uma coisa completamente factível.
Sabemos que jovens estudantes, maiores de 18 anos, não tem desconto na passagem do ônibus circular. Gostaríamos de saber se existe algum plano sobre o transporte público de Bauru, que está diretamente relacionada com essa parcela da população.
C.C.:Não é uma preocupação imediata, a curto prazo. Você está dizendo criar um subsídio? Eu acho que a idéia é boa, subsídio na passagem, mas provavelmente essa diferença de tarifa teria que ser bancada pelo setor público e acho que hoje nós temos muitas carências que possuem um grau de prioridade maior. Por exemplo, o gravíssimo problema de infra-estrutura nos bairros da periferia, que não tem asfalto, isso, em uma escala de prioridades, vem na frente. Estou sendo bastante sincero. Podia falar pra você outra coisa, mas não estaria falando a verdade. Nossa prioridade é melhorar principalmente a condição de vida da população que mora em bairros mais distantes, mais carentes, que possivelmente, são pessoas que precisam desse subsídio também.
Em relação ao transporte público, o senhor tem um plano de recuperação das ruas de Bauru. Gostaríamos de saber como esse plano irá funcionar.
C.C.:Esse é o maior desafio do futuro prefeito de Bauru: aumentar a capacidade de investimento em infra-estrutura urbana. A próxima gestão irá depender da capacidade política e de articulação junto ao Governo do Estado e junto ao Governo Federal. Eu, por exemplo, sou do partido do governador de São Paulo, José Serra e mais do que os outros candidatos, terei facilidade pra conseguir verbas do governo do estado para essa finalidade. Além disso, o desafio de gestão do futuro prefeito será o de aumentar a capacidade de investimento, através da canalização de boa parte do orçamento para a questão de infra-estrutura e da cobrança de impostos atrasados, pois temos muitos devedores.
O senhor citou o primeiro emprego. Como seria feita a inserção do jovem no mercado de trabalho em Bauru?
C.C.:Como existe o programa do estado Meu Primeiro Emprego, temos que aproveitar essa base que existe e unir partes, falar com as entidades que representam as empresas e oferecer bolsas de estágios, bolsas de oportunidades, além de criar sites na internet, em que as vagas sejam informadas, para que as pessoas possam ter acesso a essa informação e a iniciativas de aproximação entre o universo onde as vagas existem e daqueles que estão buscando essas vagas.
O senhor, durante sua vida, foi muito ligado aos esportes. Como o senhor acredita que o esporte melhora a qualidade de vida do jovem, e quais as propostas nesse ramo?
C.C.:A responsabilidade do poder público é a de promover o acesso à prática esportiva para população como um todo e de disseminar as possibilidades de acesso à prática esportiva, afinal o esporte só tem coisa positiva. Eu vejo o esporte totalmente conectado com a educação do ser humano.
A TV TEM divulgou que o Senhor possui 46% das intenções de voto. Gostaríamos de saber se o senhor se considera eleito e se essa estatística o deixa confiante.
C.C.:Não me considero eleito mas sem dúvida essa pesquisa tem um impacto muito grande na população. O número é um incentivo para que a gente continue dedicado à campanha. O trabalho tem que ser feito até o último minuto.
Grupo: Júlia Matravolgyi, Mariana Zaia, Renato Sostena e Vivian Lourenço
Natural de Bauru, Caio Coube (PSDB), 50 anos, é candidato pela segunda vez à prefeitura da cidade e tem como vice o advogado José Clemente Rezende. Formado em administração de empresas pela FGV, ficou 12 anos à frente da presidência da Tilibra. Hoje administra uma confecção da família chamada Chica Brasil. Ex-jogador de basquete, Caio fundou o Bauru Basquete e presidiu o Noroeste. Sendo assim, ele vê o esporte totalmente conectado ao desenvolvimento do ser humano, sobretudo do jovem. Caio recebeu a reportagem na casa de sua família e contou sobre suas propostas dando ênfase à juventude bauruense.
Se eleito, como o senhor pretende inserir o jovem nas decisões da cidade?
Caio Coube: Acho que o jovem tem que ser contemplado nas suas necessidades na área da educação, do esporte, da cultura, do lazer e do entretenimento. Nossa preocupação está em massificar atividades e oportunidades de acesso a práticas esportivas e culturais bem como o lazer e o entretenimento além da geração de oportunidades de emprego.
Essas são todas suas propostas para os jovens?
C.C.:Não, as propostas para os jovens estão no contexto, pois não há uma preocupação específica de dizer: “olha, isso é dirigido aos jovens”, ou seja, os jovens acabam sendo contemplados no contexto das políticas públicas que a gente pretende implementar. Os jovens devem ter a percepção de que a cidade é um todo e que a escolha que ele vai fazer para prefeito é de alguém que tenha condições de realizar um trabalho, de dirigir a cidade, de administrá-la com o olhar para o jovem, mas sem perder de vista e de foco os outros grupos e as outras faixas etárias também.
O que o senhor acha que falta atualmente em relação a políticas públicas para os jovens?
C.C.:Acho que a maior dificuldade é o espaço físico e atividades que despertem o interesse, sempre com um conteúdo de atividades físicas, culturais e intelectuais como música, dança, teatro e pintura. Acho que o foco tem que ser olhar para o jovem como estudante, e acessar ele através das escolas, seja da rede municipal ou estadual e então articular atividades, não só da prefeitura, mas também em parceria com o governo. Há também uma questão muito presente no mundo moderno que é a inclusão digital, de acesso a informática e a criação de espaços públicos para que isso possa acontecer.
Como será o investimento na educação para os jovens?
C.C.:A constituição federal determina que todos os municípios apliquem 25% das suas receitas em educação, então essa é uma das áreas que menos tem problemas de recursos no caso de Bauru. O município é responsável pela pré-escola e pela educação infantil, assim, a prefeitura tem 74 escolas com 22 mil alunos. Na realidade, a população diretamente relacionada à prefeitura possui uma faixa etária baixa. O que podemos fazer para abranger os jovens de um modo geral é algo parecido com a Escola da Família que abre as escolas estaduais nos finais de semana, e proporciona uma série de atividades para toda a comunidade. Sendo assim, podemos colocar algumas escolas municipais cumprindo essa mesma agenda e oferecendo esses mesmos serviços. Nada impede também de usarmos a rede de escolas municipais para que fiquem abertas à população do bairro que não seja estudante. Além disso, temos o objetivo de, num primeiro momento, recuperar e dar vida e depois dotar de infra estrutura escolas, centros comunitários, ginásios de esportes, estádio distrital e estádio de futebol, que precisam estar disponíveis, bem cuidados para que possam funcionar.
Aproveitando a citação de espaços que não são bem aproveitados em Bauru: os jovens, em geral, sentem falta de eventos acessíveis, que todos possam participar. Quanto ao lazer, como o senhor pretende investir na área?
C.C.:O que eu disse nas outras questões vai muito ao encontro da sua pergunta. O poder público precisa, além de promover o acesso a práticas esportivas e culturais, estar atento: tem que criar alternativas de consumo acessíveis. A exemplo da Virada Cultural, que é promovida pelo governo estadual e que vem dando certo há três anos, governo do município pode fazer o “Dia da Ação Cultural”, no qual iríamos aos bairros e levaríamos um pacote de atividades, num sábado, por exemplo. A idéia é que seja das 14 às 21 horas, e aí comece com o pessoal do bairro se apresentando, os artistas da comunidade, e à noite se apresentariam os artistas locais. Isso está no nosso programa de governo e é uma coisa completamente factível.
Sabemos que jovens estudantes, maiores de 18 anos, não tem desconto na passagem do ônibus circular. Gostaríamos de saber se existe algum plano sobre o transporte público de Bauru, que está diretamente relacionada com essa parcela da população.
C.C.:Não é uma preocupação imediata, a curto prazo. Você está dizendo criar um subsídio? Eu acho que a idéia é boa, subsídio na passagem, mas provavelmente essa diferença de tarifa teria que ser bancada pelo setor público e acho que hoje nós temos muitas carências que possuem um grau de prioridade maior. Por exemplo, o gravíssimo problema de infra-estrutura nos bairros da periferia, que não tem asfalto, isso, em uma escala de prioridades, vem na frente. Estou sendo bastante sincero. Podia falar pra você outra coisa, mas não estaria falando a verdade. Nossa prioridade é melhorar principalmente a condição de vida da população que mora em bairros mais distantes, mais carentes, que possivelmente, são pessoas que precisam desse subsídio também.
Em relação ao transporte público, o senhor tem um plano de recuperação das ruas de Bauru. Gostaríamos de saber como esse plano irá funcionar.
C.C.:Esse é o maior desafio do futuro prefeito de Bauru: aumentar a capacidade de investimento em infra-estrutura urbana. A próxima gestão irá depender da capacidade política e de articulação junto ao Governo do Estado e junto ao Governo Federal. Eu, por exemplo, sou do partido do governador de São Paulo, José Serra e mais do que os outros candidatos, terei facilidade pra conseguir verbas do governo do estado para essa finalidade. Além disso, o desafio de gestão do futuro prefeito será o de aumentar a capacidade de investimento, através da canalização de boa parte do orçamento para a questão de infra-estrutura e da cobrança de impostos atrasados, pois temos muitos devedores.
O senhor citou o primeiro emprego. Como seria feita a inserção do jovem no mercado de trabalho em Bauru?
C.C.:Como existe o programa do estado Meu Primeiro Emprego, temos que aproveitar essa base que existe e unir partes, falar com as entidades que representam as empresas e oferecer bolsas de estágios, bolsas de oportunidades, além de criar sites na internet, em que as vagas sejam informadas, para que as pessoas possam ter acesso a essa informação e a iniciativas de aproximação entre o universo onde as vagas existem e daqueles que estão buscando essas vagas.
O senhor, durante sua vida, foi muito ligado aos esportes. Como o senhor acredita que o esporte melhora a qualidade de vida do jovem, e quais as propostas nesse ramo?
C.C.:A responsabilidade do poder público é a de promover o acesso à prática esportiva para população como um todo e de disseminar as possibilidades de acesso à prática esportiva, afinal o esporte só tem coisa positiva. Eu vejo o esporte totalmente conectado com a educação do ser humano.
A TV TEM divulgou que o Senhor possui 46% das intenções de voto. Gostaríamos de saber se o senhor se considera eleito e se essa estatística o deixa confiante.
C.C.:Não me considero eleito mas sem dúvida essa pesquisa tem um impacto muito grande na população. O número é um incentivo para que a gente continue dedicado à campanha. O trabalho tem que ser feito até o último minuto.
Grupo: Júlia Matravolgyi, Mariana Zaia, Renato Sostena e Vivian Lourenço
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