Carta ao leitor

Olá! Seja bem-vindo ao blog Unespiando, mídia-laboratório da disciplina Técnica Redacional II –
Impresso (turma A), ministrada aos alunos do 2o. termo de Jornalismo da Unesp Bauru.

Aqui, você encontra vários formatos jornalísticos. São reportagens, entrevistas pingue-pongue etc.
Nossas duas metas são: experimentar e oferecer textos sobre assuntos relevantes.

Esta primeira edição é dedicada à cobertura das propostas de políticas públicas voltadas aos jovens,
dos candidatos a prefeito de Bauru.

Nossas equipes foram às ruas e entrevistaram os seis candidatos: Caio Coube, Clodoaldo Gazzetta,
José Leme, Márcia Camargo, Rodrigo Agostinho e Rosa Izzo.

Fizeram, também, uma matéria sobre a importância de políticas específicas aos jovens e outra sobre
a necessidade de formação para uma cultura política.

No Fala Jovem, opiniões da moçada sobre como escolhem em quem votar e sobre o que falta para
eles, em Bauru.

Tudo isso, feito em apenas um mês de aula. Pensa que foi fácil? Eles contam detalhes dessa
experiência na coluna Bastidores.

Pronto, nós já fizemos a nossa parte. Agora, falta a sua: ler, refletir e enviar seus comentários.

Boa leitura!

Profa. Roseane Andrelo

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Entrevistas: Rosa Izzo (PDT)


“De porta em porta”,afirma Rosa

Rosa Izzo, 55 anos, é professora e casada com o ex-prefeito de Bauru, Antônio Izzo Filho. Nunca exerceu nenhum cargo político. É candidata a prefeita pelo PDT e tem como vice Antônio Carlos Barbosa (ex-treinador da Seleção Brasileira feminina de basquete). Eles são candidatos pela coligação que une PDT com PTB, PSL, PMN, PRB e PRTB.


Nossas entrevistas com os candidatos estão sendo focadas na política pública para jovens. Qual sua opinião em relação a essa política em Bauru? As condições da atual e da que a senhora pretende implantar?
Rosa Izzo: A atual eu não sei como está, mas a nossa idéia é realmente trabalhar com os jovens. Acho importante dar condições aos adolescentes da periferia, fazer uma “horizontalização” com secretarias como a de cultura, esporte e lazer. Um projeto de nossa campanha é fazer quadras poliesportivas e quadras de skate. Outra coisa legal é trabalhar o teatro com os jovens. Acho que devemos fazer um lugar, como a Casa dos Jovens, para adolescentes com problemas relacionados a drogas, que eram tratados com orientações médicas e psicológicas. Os resultados disso podem ser efetivos. Nós falamos em seguranças, sempre pensando em policiais e repressão, mas não é só isso. Segurança pode ser de médio a longo prazo. Assim como é quando trabalhamos com jovens, dando oportunidades para expressarem o que sentem e pensam, oportunidade para praticarem esportes e oportunidade para irem à escola. Eu acho que é por aí que nós vamos resolver esse problema do jovem, da violência e das drogas. Não vamos acertar tudo, mas tenho certeza que iremos amenizar.

Segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o desemprego entre jovens de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior do que entre os trabalhadores considerados adultos, com mais de 24 anos. A senhora possui algum projeto para inserir os jovens no mercado de trabalho?
R.I.:O nosso projeto para geração de emprego na cidade é lutar novamente para abrir a Secretária da Indústria e Comércio em Bauru, pensamos também em trazer grandes indústrias para cá. Mas, ainda existem no nosso distrito industrial falhas, como a falta de asfaltamento e de esgoto. Então, temos que resolver essas falhas, para, assim, atrairmos essas indústrias a Bauru. Uma coisa que faremos, será um convênio com as universidades e com os cursos técnicos para dar cursos de qualificação aos jovens, tornando-os aptos a trabalhar nas indústrias.

A senhora afirmou que apenas se candidataria caso o PDT aceitasse Antonio Carlos Barbosa como seu vice. Por que essa exigência?
R.I.:Nós não temos um foco único. Estamos abrangendo tudo, desde obras de asfaltamento até questões sociais e de saúde. Falando nisso, a saúde é nossa prioridade, já que sua situação atualmente é caótica. O Barbosa não ajudará apenas nesta área, sua figura e o que ele representa para o Brasil ajudarão muito e em diversas ocasiões. A sua imagem ajudará, por exemplo, na conquista de verbas para a cidade.

A senhora declarou que o foco da sua campanha será a periferia da cidade, destacando prioridades nas áreas de saúde e educação. Quais seriam as principais e mais urgentes medidas a serem tomadas para melhorar essas áreas?
R.I.:A maior reclamação que encontramos nos bairros mais afastados é a saúde. Depois é o asfaltamento e, em terceiro lugar, as creches. Na saúde, mudaremos esse modelo atual, descentralizando-o. Iremos reabrir os pronto-atendimentos em quatro pontos da cidade. Eles terão sala de recuperação, ambulâncias, médicos e enfermeiros. Vamos estabelecer o cartão municipal da saúde para os moradores de Bauru para agilizar exames e disponibilizar remédios nesses postos. Iremos informatizar a saúde para que se tenha um controle sobre as pessoas que freqüentam os postos públicos de saúde. Também vamos abrir mais um PAI (pronto atendimento infantil) em uma área de maior demanda. Na questão do asfaltamento, pretendemos fazer um milhão de metros quadrados de asfalto nos quatro anos de governo. E, é importante lembrar, que esse asfaltamento seria gratuito, já que para a prefeitura sai mais barato, cerca de 8 reais o metro de asfalto. Já para se asfaltar uma DR, o preço do metro sai por 24 reais. Em relação às creches, construiremos algumas nos bairros com maior necessidade.

Especificando a questão do transporte atrelado ao jovem, sabe-se que são mais de sete universidades só em Bauru. Em cidades como Botucatu, por exemplo, já existe o passe escolar de ônibus. Por ser tipicamente universitária, deveria existir a meia passagem em Bauru? Ou comprometerá demais a renda para o setor? Como fazer para viabilizar?
R.I.:Eu acho que é viável. Na hora de fazer a licitação deve-se conversar com os donos das empresas, ou até mesmo os próprios vereadores poderiam fazer uma lei nesse sentido.

Mas a senhora tem algum projeto na sua plataforma?
R.I.:Não. As licitações com as empresas já foram feitas e não tem como mudar os acordos agora. Mas seria um dos itens a acrescentar para algumas licitações de ônibus que vão vencer agora no começo do ano.

Com uma redução de 54% dos eleitores jovens em Bauru, tem alguma iniciativa da sua campanha voltada para chamar a atenção dos jovens não só para votar na senhora, mas para uma maior participação política?
R.I.:Eu acho que o jovem deve participar da política. Essa participação representa a cidadania em amadurecimento, mas às vezes eles não se informam direito e muitos são levados pelo o que os outros dizem. Acho que eles devem participar mais ativamente, não importa para qual lado que ele vá, mas apenas que ele procure a verdade.

A senhora declarou que o papel de Izzo Filho no seu governo, se eleita, será fundamental. Qual será esse papel e de que forma seu marido iria atuar?
R.I.:O Izzo foi o último prefeito que fez obras e que cuidou dos bairros em Bauru. Ele tem uma experiência muito grande em administração e, assim, ele vai me orientar nas coisas e nos lugares certos. Ele errou na segunda administração e admite isso. Ele deu a palavra com o pessoal que tinha ajudado na campanha, cumpriu com a palavra dada, e aconteceu o que aconteceu. Mas não precisava chegar ao extremo que chegaram, mas tudo bem, para gente é passado.

O seu marido foi condenado e sofreu várias acusações. A senhora não acha que essa sua declaração sobre o papel fundamental que seu marido terá no seu governo pode prejudicá-la?
R.I.:Eu acho que não, porque, por exemplo, depois os quatro anos e meio que ele ficou preso ele ganhou e no final foi absolvido. Tem muita gente que não sabe disso porque a mídia não divulgou, mas ele ganhou no Supremo Tribunal Federal. Ele assumiu coisas que ele não fez, ele foi homem, ficou quieto, agüentou tudo, não acusou ninguém, não dedurou ninguém. E ninguém o viu fazendo nada. Agora eu também quero deixar uma pergunta: Nos últimos governos que vieram não houve nada de errado? Carne que estragou, notas frias, dinheiro em conta de ex-secretário? Agora andando pelos bairros, conversando olho no olho com a população dá para ver o carinho que ela tem por Izzo. A população tem que saber que o Izzo não foi só prefeito, mas também foi professor durante quase 30 anos, e que fez bastante pela cidade, tratando o povo com respeito e carinho.

A senhora está usando uma estratégia nova de ir de casa em casa. Como a senhora avalia essa estratégia para a campanha, comparando com a dos outros candidatos?
R.I.:Nós estamos fazendo reuniões nas casas da cidade, falando às pessoas com o coração. E não importa quantas pessoas estejam presentes. Nós fazemos andanças nos bairros e batemos de casa em casa, pois a nossa coligação é pequena em relação às outras coligações; temos 27 vereadores, enquanto eles têm mais de 100. Ao contrário do que andam falando, não vou governar só porque Izzo, meu marido, está preso, ou até mesmo, que não vou conseguir porque vou ser cassada. Por isso, andamos nos bairros, vamos de casa em casa, para poder mostrar que sou candidata sim, e sou candidata para trabalhar para o povo e com o povo.

Grupo: Gabriel Maia Salgado, Ana Lis Soares Costa e Nara De Stéfani
Entrevistador: Rôney Rodrigues

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